domingo, 1 de junho de 2008


É evidente que o consumo não pode ser visto como um mal em si, pois é justamente ele que se converte em parte importante da economia. Sem consumo, não há trabalho, nem riqueza. Tanto em países desenvolvidos quanto naqueles em vias de desenvolvimento, as pessoas têm o desejo de consumir, ou seja, valem-se da própria autonomia para esse fim: em todos os lugares há jovens que querem comprar sapatos,, celulares, mp4, roupas, etc.Porém são justamente as formas de consumo e os estilos de vida que, quando descompensados, criam enormes problemas sociais e econômicos. Vejam: não há algo que seja tão custoso, tão complicado, do que aquilo que se poderia chamar de “forma de vida e de consumo da classe média”.O consumo é tão acelerado que acaba resultando em enormes distorções: os trabalhadores chegam a realizar uma jornada laborativa estressantíssima apenas para consumirem mais e mais. Comprar é o único objeto de desejo – e isso mereceria uma auto-análise por parte de todos.Além disso seria essencial enfrentar o desequilíbrio mundial acarretado pelo hábito de consumir, porque o consumo de países desenvolvidos acaba incidindo no não-consumo dos não-desenvolvidos.

Oneomania
Quando o dinheiro é sinônimo de felicidade e a falta dele se traduz em desamparo e falta de amor, a vida fica realmente trágica.
Muitos são os motivos que levam uma pessoa a comprar: a necessidade, a diversão, os modismos, a importância, o status e o apelo mercadológico do comércio. Mas há quem consuma pelo simples prazer de comprar, de adquirir alguma coisa independente da sua utilidade ou significado.
O ato de comprar indiscriminadamente é uma
doença chamada oneomania, que atinge as pessoas caracterizadas como compradoras compulsivas. A oneomania é um distúrbio bastante controvertido do ponto de vista psiquiátrico e psicológico.
Alguns especialistas consideram a oneomania uma
doença obsessiva-compulsiva. Nesse caso, a pessoa teria outros comportamentos compulsivos característicos, além de comprar – como contar objetos sem conseguir parar, por exemplo. No caso desses sintomas estarem ausentes, a oneomania é considerada um distúrbio no controle dos impulsos.






As conseqüências do consumismo

O ritmo da modernidade impulsiona a explosão de consumo, estabelecendo uma ideologia do conforto e do desperdício, sendo vastamente reforçada pela mídia (propaganda, filmes, novelas, programas televisivos, revistas), que influencia os padrões de beleza e comportamento social que, por sua vez, se manifestam na moda, nas artes, no lazer e no trabalho. Os problemas originados pela ideologia do consumismo estão no amplo aleatório de fatores de risco e comportamentos que geram reações nocivas à saúde (colesterol aumentado, hipertensão arterial, utilização de drogas, alimentação inadequada, altos níveis de estresse e sedentarismo).
Os males do consumismo, em todas as etapas, não afetam apenas o ecossistema, também afetam seriamente a maneira como as pessoas se relacionam.
A mídia sempre ajuda no consumismo, pois é com a propaganda que somos induzido, e queremos comprar o produto.

A voracidade em consumir

Acredito que o consumismo é a forma social mais visível e mais perversa do egoísmo reinante no coração da sociedade capitalista atual. É a mola mestra das grandes desigualdades socioeconômicas do mundo atual. Uma medida de sua crueldade no mundo é obtida pelos seguintes dados: os 20% mais ricos do mundo consomem 86% de tudo o que é produzido no planeta, enquanto os 20% mais pobres consomem apenas 1,3%. Quase 1,5 bilhões de pessoas vivem com menos de três reais por dia. Se não bastasse isso, gastam-se 900 bilhões de reais com o consumo de drogas e quase 1,7 trilhões de dólares com armas. Esse é o capitalismo do mundo, fundamentado no consumismo, destruidor do meio ambiente, da família e até mesmo da soberania de alguns países. Além disso, alguns estudos mostram que são necessários mais dois planetas iguais a Terra para que todas as famílias possam ter padrão de vida semelhante ao da classe média norte-americana. Pesquisas sobre o gasto familiar nos Estados Unidos mostram também que a renda necessária para satisfazer a aspiração de consumo naquele país dobrou em apenas 8 anos. Esse estudo foi feito no ano de 1986 a 1994 e demonstra a voracidade do consumismo, destruindo os valores, o patrimônio moral da humanidade. E o Brasil segue imitando esse país imperialista